O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de morte e doença no Brasil, responsável por aproximadamente 477 mortes por dia, ou 12% de todos os óbitos no país entre pessoas com mais de 35 anos. Associado a doenças como câncer, infarto, AVC, DPOC, pneumonia e diabetes tipo II, o cigarro impacta profundamente a saúde da população e a economia nacional. Estima-se que, anualmente, mais de 6 milhões de anos de vida são perdidos devido a mortes prematuras e incapacidades relacionadas ao tabaco. Além disso, os custos totais atribuíveis ao tabagismo chegam a R$ 153,5 bilhões por ano, valor que inclui despesas médicas, perda de produtividade e cuidados informais — representando 1,55% do PIB nacional. Em contraste, a arrecadação com impostos sobre cigarros em 2022 foi de apenas R$ 8 bilhões, cobrindo somente 5,2% dessas perdas.
O estudo demonstra que aumentar os impostos sobre o cigarro é uma das medidas mais efetivas e custo-efetivas para reduzir o consumo. Um aumento de 50% no preço dos cigarros poderia evitar, em 10 anos, 145.077 mortes, mais de 113 mil infartos e eventos cardíacos, cerca de 66 mil novos casos de câncer e quase 100 mil AVCs. Além disso, essa política fiscal geraria uma economia de R$ 173,2 bilhões, divididos entre redução de custos em saúde, aumento de arrecadação tributária e diminuição das perdas por produtividade. Os dados evidenciam que políticas de preços mais rigorosas podem trazer impactos expressivos na saúde pública e na economia brasileira, servindo de ferramenta eficaz para gestores e formuladores de políticas de controle do tabagismo.
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Fonte: Pinto M., Bardach A., Costa M.G.d., Simões e Senna K.M., Barros L.B., Moraes A.C.d., Cairoli F.R.,Augustovski F., Alcaraz A., Palacios A., Casarini A., Pichon-Riviere A. Carga da doença e econômica atribuível ao tabagismo no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de impostos. Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria, Buenos Aires, Argentina. Maio de 2024.
Disponível em: tabaco.iecs.org.ar